15 setembro 2006

Inconsciente a Céu Aberto

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Minha doença é poesia incurável...

*


“É preciso não morrer por enquanto”
Torquato Neto


*


poeta do inconsciente

(para os Anjos Tortos)

navego louca
vago pouca,

em pedaços,
espaços pequenos
ocupados por in
lucidez ilógica,

própria preponderante,
inócua militante,

asfixiante...ar...
Ar! Torquato!
ARTORQUATO

respirar
vagar a navilouca
‘naviloucamente’

da vida, bicho
o princípio é
o precipício
do
verbo
.



Sinto meu inconsciente a céu aberto (essa é uma expressão lacaniana) após assistir a ARTORQUATO de Antônio Quinet, espetáculo sobre a vida e obra do jornalista, letrista e poeta Torquato Neto.

O ator Gilberto Gawronki encarna Torquato, em montagem que conta ainda com Cristina Aché, Rodolfo Bottino, Gisela de Castro, Gean Queiroz e Miguel Campello (90min). Centro Cultural dos Correios - R. Visconde de Itaboraí, 20 - Centro/RJ, 5º a dom, 19h. $ 20, Até 1º/10

*


exposto
a céu aberto
o lado de dentro
desperto



E, pra terminar, a 'máxima' da noite - entre ratas e anjos tortos:

Meus heróis morreram de overdose... mas os mitos continuam vivos!


Poetabraços a todos!

22 comentários:

Luiz Alberto Machado disse...

Olá, Clauky pessoalinda, estou neste seu espaço apaixonantemente maravilhoso. Matando as saudades. Deixo um um poemiudinho por gratidão:

Coração de mulher:
a flor que nasce do sol
e realiza a vida.

Beijabrações
www.luizalbertomachado.com

Anônimo disse...

Expor o lado de dentro desperta à vida tantos e tantos Torquatos, muitas e muitas Claukys e, assim, exponho aqui minha admiração pelos dois. Riodaqui/Paulo Vigu

Anônimo disse...

Sempre vejo nos seus poemas a necessidade de pensar poesia no seu estado de germinação e não de interpretação fria. Poesia para você é um exercício de mexer em terra fértil e regar todos os dias.

Beijos

Jana

Marla de Queiroz disse...

Moça,
Que bela descoberta o seu espaço.
Preciso de tempo, quero ler com calma.Quero degustar...Depois eu volto.

Obrigada pela visita.

P.S.:Sim, temos muitos amigos virtuais em comum!
sol-risos.

Anônimo disse...

olá clauky. fazendo uma alusão ao teu papai piloto, legal as tuas derrapagens lá pelas curvas do caraminholas. e quanto a este teu post, é quase impossível não morrer com torquato.
1 beijo

mg6es disse...

Ah Torquato... gênios não precisam morrer para morrer. afinal, eles vão e ficam, e com tanta intensidade, que.


e quem não queria navegaArte, hein, Clauky?


bela homenagem!

bjo.

Anônimo disse...

Gostei, Torquato Neto, mandando lembranças por aqui. Sabe o que mais, além de tudo? Da sua "lucidez ilógica" ela é muito boa. MontanhosoAbraçoDasMInasGerais.

E.T: desculpe qualquer coisa aí, sobre minhas brincadeiras, ok?

Luana disse...

Essa, um dos meus deleites: a conjunção de palavras e sentidos!

Muito obrigada por sua querida visita... Saiba que aqui será um cantinho pra mim, tb... Adorei!

Monte de beijinhos...
:)

P.S.: tb te linkei!

douglas D. disse...

precipício do verbo
é vertigem
(palavra-vôo
desde o início)

Wilson Guanais disse...

lindo post.
(vim buscar um poetabraço).
beijos

Anônimo disse...

palavras-ciladas
antes caladas
que chacoteadas

Tens razão. Torço para que nenhum canivete acerte tua cabeça. rsrs

Beijos!

Andréia . disse...

Que lindo.
Tudo lindo.
Preciso voltar mais vezes, pra apreciar tuas palavras.
Linda noite , muitos beijos

Vicente disse...

Oi, Moça.
Oi Cláudia.
Eu trouxe doces para saborear enquanto degusto Torquato & Clauki.
O que mais um amante da poesia pode desejar?
Ficou "o fino".
Agora, deixa eu postar aqui o que eu trouxe lá da caixa de comentário da Clara, e que você postou:
"hummm não resisti a um trocadilho (talvez infame):
tem gente 'psico-bélica' q lança palavras como canivetes rasgando o ar em riste. Mais do que matar a alma, matam a chance de ficarem caladas rsrs."
E era apenas um"comentário", hein?
Sem comentário, menina.
Muito pra lá de ótimo.
Você descola imagens mentais simplesmente geniais.
Sou seu fã de carteirinha.
Deixo beijos e doces.
Vicente

Anônimo disse...

na
vida
O
princípio
às vezes
é o
fim
beijos
carmim
lau
si
queira

Anônimo disse...

, e salve os "últimos dias de paupéria"! e quem não leu. leia!
, torquato é mestre!
|beijos meus|

Anônimo disse...

Belo blog poético, parabéns!!!

Anônimo disse...

e viva os mitos! mas só aqueles que se fizeram...concretude.
beijo moça

Wilson Guanais disse...

Clauky, posso postar um poema seu lá no meu espaço (outros poemas)?

Wilson Guanais disse...

postei lá no outos poemas.
beijo

Anônimo disse...

Bonita, tô querendo ver essa peça!! Adorei a forma como divulgou ;o)

beijos, frô

MM

Anônimo disse...

Inomináveis Saudações, Clauky Saba.
Naviloucamente aqui prostado em minha cova digitando este comentário venho apenas tecer uma observação. É sobre a "máxima da noite", sobre heróis e sobre mitos. Heróis e mitos são preciosos, mas exercer o domínio sobre o que seja preciso para torná-los como tais, o domínio preciso do nosso Eu para torná-los como objetos admiráveis é sobremaneira algo que pode ser vazio. Em toda a sinceridade inominável minha considero heróis e mitos puras mentiras se as Verdades deles não são buscadas, seja na maneira artística de observar a existência, seja na maneira simples de caminhar na existência. Observar e caminhar ao mesmo tempo é raro; quando isto ocorre, o que o herói é, o que o mito é, são incorporados ao Eu e, então, não haverá mais a necessidade de exaltar heróis ou mitos exteriores. Todo ser humano pode ser poderoso como herói para si mesmo. Todo ser humano pode ser imortal como mito para si mesmo. Dessa maneira é possível, então, exteriorizar tudo de verdadeiramente construtivo e evolucionista ao mundo. Os poetas, em seus poemas,realizam isso. Todos os artistas realizam isso. A overdose não mata heróis verdadeiros. Os mitos são verdades em seres reais verdadeiramente.
Saudações Inomináveis, Clauky Saba.

Ricardo Mainieri disse...

Clauky :

Tb.sou um fã do Torquato, o louco poeta que sacudiu os anos sessenta e parte de setenta, se não tivesse partido de viagem...

Tenho em casa "Os últimos dias de Paupéria", onde aparecem os poemas, as colagens, o jornalismo, o super-oito e loucuras mil.
Pois como ele diz :

quando eu nasci/
um anjo louco muito louco/
veio ler a minha mão/
não era um anjo barroco/
era um anjo muito louco, torto/
com asas de avião

eis que esse anjo me disse/
apertando minha mão/
com um sorriso entre dentes/
vai bicho desafinar/
o coro dos contentes/
vai bicho desafinar/
o coro dos contentes/
let's play that

Beijão.

Ricardo Mainieri