26 abril 2006

Dias de Inércia (...e a poesia saiu toda prosa)


Dias de inércia, dias sem remédio, sem ícones, sem palavras... Nesses momentos percebo que, além de poesia, preciso respirar para viver! Inspiro, solto o ar, repito a operação. Lentamente volto a me conectar comigo mesma. Sinto, meu coração bombeia, sangue artéria veia, cada parte do meu corpo sendo irrigada... Parto do princípio: vida pulsa em mim. Em gestos, em palavras, em camélias no jardim. Vida pulsa. Desperto para dentro, insinuo novo movimento. Desfaço os laços do passado, com o qual não me contento. Quero mais, quero paz, de espírito, dos povos e das nações. Quero agora, no presente mais-que-perfeito. Quero de um querer humano sem igual e não máquina com defeito de fábrica, número de série coisa e tal.


Pessoas sem vida, sem coração, sem pulsação caminham, soltas (?) por entre carros do ano, computadores de última geração, celebridades sem noção do que estão fazendo aqui, nesse mundo canino. Insólito destino do ser (humano?), fadado a vagar pelos becos do medo, procurando do lado de fora respostas para mundo de dentro.

Clauky Saba (aventurando-se em prosa...)

Um comentário:

Anônimo disse...

Quando o sangue corre pelas veias, sinto letras se organizando, formando idéias, opiniões, sonhos, um aglomerado de sensações em um mundo recém descoberto com ponto final por toda parte. O que procuro e o começo, faço laço e refaço o que me faz em si tudo em vão.

Mostra-se talentosa em toda forma de escrita moça, ficou perfeito, impossível ler e parar no ponto final, a mente continua...

Lindo, adorei.

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